Nos anos 1970
e 80, a Bahia reinou absoluta no ranking
nacional da produção de cacau, com cerca de
90% da produção do país. Com a vassoura-de-bruxa, outras unidades da
federação aumentam o cultivo, a exemplo do Pará, cuja produção vem crescendo
vertiginosamente, já se aproximando dos 30% da produção nacional. Em 5 ou 10
anos, se nada for feito e continuar esse lero-lero de promessas ainda não
plenamente cumpridas pela União, a Bahia poderá ver a produção paraense no
“retrovisor”. Agora, o Ceará também começa a introduzir a lavoura, por enquanto
em pequenas áreas, mas com resultados promissores. Segundo o último número da
revista GloboRural, após o quarto ano
de instalado, o cultivo alcança produtividades entre 150 e 180 arrobas por hectare, ante menos de 30 arrobas
verificados na Bahia. No decorrer dos últimos 25 anos, autoridades de
sucessivos governos da esfera federal prometeram muito, mas até agora falta
equacionar um universo crescente de necessidades da lavoura cacaueira na Bahia,
a começar pela resolução da questão das
garantias, para que boa parte dos
produtores possam acessar novos financiamentos
e renovar os cacauais, com os clones mais tolerantes à doença já
referida. Mas, é só isso que está faltando? Que nada. Vejamos uma lista
parcial. No âmbito da alçada federal, falta, além da demanda acima citada: 1.
Deflagrar o pagamento por serviços ambientais prestados ; 2. Atualizar
periodicamente os preços mínimos para fazer face aos custos de produção; 3.
Subsidiar integralmente a alíquota do seguro para o produtor. Não esse
“segurinho” aí em vigor, mas o seguro de “renda e de preço”; 4. Fortalecer e
dar musculatura ao orçamento da CEPLAC, inclusive com nova personalidade
jurídica; 5. Reestruturar o sistema de defesa sanitária nos portos, aeroportos
e fronteiras e incluir o cacau no programa “Melhoramento Preventivo “ da
EMBRAPA, mediante convênio com a CEPLAC. No âmbito da alçada do governo
estadual, falta, entre outras providências: 1. Apoiar decisivamente o selo de
Indicação Geográfica e o processo da construção da marca do produto baiano,
assessorando os produtores na formulação e tramitação do pedido, e pressionando
legitimamente o INPI para sua célere concessão; 2. Financiar a implantação de
lojas de vendas em vários aeroportos e pontos turísticos; e de pequenas
fábricas de chocolate com altos teores; 3. Acionar as compras governamentais visando o produto
de qualidade para servir em repartições públicas baianas, como opção
adicional ao tradicional cafezinho, tentando induzir a produção para aprimorar
incessantemente a qualidade (a CEPLAC
fazia isso habitualmente ou ainda faz); 3. Tentar atrair as marcas já consolidadas para produzir e
adquirir a nossa produção; 4. Difundir e
servir chocolate com mais frequência nos voos das companhias aéreas que chegam
ou partem de Salvador e Ilhéus para outros destinos, nacionais e
internacionais. Juan Valdez, na Colômbia, usou muito este canal para o café; 5.
Participar ativamente, com apoio de órgãos de promoção e de comércio exterior
do Estado, de feiras e outros eventos internacionais, visando divulgar
sistematicamente o produto. Como se
observa, a lista parcial é grande. (José Maciel dos Santos Filho -
jose.macielsantos@hotmail.com).
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