A CAMPANHA EM ITABUNA AINDA ESTÁ “MORNA”

Já se vão praticamente 40 dias de campanha, iniciada a partir do término das convenções de 30 de junho e com a permissão da Justiça Eleitoral para se ganhar as ruas desde 6 de agosto, e os candidatos a prefeito ainda seguem em marcha lenta. Muitos ainda estão elaborando o que chamam de plano de governo. Por enquanto, se dedicam à agenda interna e à abertura de espaço na mídia. A campanha só vai "esquentar" mesmo daqui a 10 dias, quando inicia a propaganda eleitoral no rádio e na TV. Serão 45 dias ouvindo e assistindo concorrentes majoritários e proporcionais até a antevéspera do pleito de 7 de outubro. Por enquanto, a campanha está "morna". Os candidatos a prefeito, com ajuda dos coordenadores e assessores, especialmente das equipes de imprensa, marketing e jurídica, estão mais na trincheira, atentos à movimentação mútua dos concorrentes. Se um resolve procurar determinado segmento para promover reunião e pedir voto, logo outro faz igual. Nesta fase em os candidatos mais posam para fotografia do que apresentam propostas, principalmente porque poucas emissoras de TV demonstram interesse em promover debate, o que criaria grande expectativa sobre desempenho de cada um, duas assessores se tornam fundamentais: a de comunicação, agregada ao marketing, e a jurídica. Na comunicação, jornalistas estão acompanhando o dia-a-dia dos majoritários e se esforçam para "peneirar" os melhores fatos, produzindo release, tudo para dar visibilidade aos candidatos. Os marqueteiros buscam imagens, cenas e ensaiam gravação para o programa de estréia. Logo o eleitor vai entrar na campanha. Chegará a fase em que as candidaturas farão parte da conversa do dia a dia, seja em família, na escola, na roda com os amigos, seja na mesa de bar. Em Itabuna, são 6 candidatos a prefeito e 399 a vereador. Alguns ainda espera deferimento do pedido de registro. O terceiro front das campanhas e que pode ser decisivo na vitória é a questão jurídica, daí muitos candidatos montarem banca de advogados. A guerra de representações corre paralela à batalha da militância nas ruas, com bandeiras e carros de som, e a disputa pela empatia do eleitor no horário político. É de praxe advogados dos principais candidatos à prefeitura ingressarem com muitos pedidos para a Justiça Eleitoral retirar programas do ar, reduzir os minutos de exposição dos adversários ou autorizar veiculação de direito de resposta. O ápice da disputa ocorre durante o horário eleitoral, quando os advogados assistem a todos os programas dos concorrentes para mapear ofensas ou o uso de técnicas vedadas pela lei, como montagem, trucagem ou computação gráfica. O trabalho, porém, já começou antes da campanha, no momento de registro da candidatura. Uma inconsistência pode ser fatal. A Justiça já indeferiu o registro de algumas candidaturas. Desde as eleições de 1998, com a promulgação da Lei 9.504, a profissionalização da assessoria jurídica de campanha ganhou força. É que até então o Congresso Nacional aprovava uma lei específica para cada processo eleitoral. Com o peso do marketing político, cresceu junto o status do advogado de campanha. Hoje, advogados e marqueteiros mantêm contato direto para definir o que pode ou não ir ao ar no horário eleitoral. Se prepare eleitor, logo um baterá a sua porta pedindo voto ou então invadirá seu ambiente, pela TV.