A região cacaueira está muito longe da época de grande glamour apontada pela mídia nacional, em décadas passadas, em que os fazendeiros de cac
au eram considerados os mais ricos do estado e até mesmo do país. Esta era encerrou com a praga chamada vassoura de bruxa que atacou as lavouras, acabando desta forma com o grande apogeu da região. Um filme-documentário está sendo lançado em cidades da região Sul: “O nó um ato humano deliberado” de Dílson Araújo, que mostra a realidade dos herdeiros do cacau, atualmente com famílias endividadas ainda por conta da luta para exterminar a praga que alegam ter sido lançada criminosamente para acabar com as lavouras. Eles clamam por justiça e lutam para que dias melhores cheguem com soluções sólidas na região que hoje se transformou em uma das mais violentas do país, por conta desta decadência já que dos cacauicultores dependiam financeiramente, direta e indiretamente, cerca de 3 milhões de pessoas. O presidente do Instituto Pensar Cacau (IPC), Águido Muniz, contou que muitos fazendeiros se endividaram ao tomar crédito para exterminar a vassoura de bruxa, através da compra de um pacote tecnológico ( produtos para combater a praga), indicado pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), mas que, na verdade, não foi eficaz no combate. E dívidas chegam a R$ 1 bilhão. “A lavoura de cacau merecia um olhar mais atencioso. É a lavoura que emprega, que mantém o meio ambiente. O que aconteceu foi uma catástrofe, constatado que foi um crime que toda a região cacaueira sofreu. A situação está muito crítica”, desabafou. Muniz afirmou que o instituto tem realizado uma série de eventos como seminários para mostrar à sociedade o problema que as famílias têm enfrentado, inclusive o apoio a Dílson Araújo, autor do documentário que retrata a atual situação decadente da região. “Gostaríamos de divulgar este filme para toda a sociedade brasileira”, comenta. Para o presidente do IPC o que poderia ser feito: “reconhecimento dos erros porque o produtor foi obrigado a aplicar um pacote tecnológico que não resolveu nada (se refere ao primeiro), só fez aumentar a sua dívida. Que ele possa recuperar a lavoura e que a dívida seja anulada”, destacou, complementando que este plano de recuperação da lavoura que não deu certo é de 1995 a 1999, “mas hoje a tecnologia permite conviver com a doença e tenta recuperar a produtividade”, explicou. PRODUÇÃO - Mesmo assim a situação é difícil porque dos 25 mil produtores de cacau dentre os quais 97% são pequenos e miniprodutores., 92% das propriedades são abaixo de 100 hectares. “A região não tem mais grandes produtores, a história de coronéis não existe mais. Hoje o que se vê é uma cidade, como Itabuna, tida como a mais violenta do país, violência esta desencadeada na maior parte por jovens”, lastimou. O cacau é preservacionista da Mata Atlântica, afima Muniz, acrescentando que com a queda houve o êxodo rural das 3 milhões de pessoas que viviam do cacau, 250 mil trabalhadores do campo e 750 pessoas ligadas às fazendas, indiretamente, como o comércio e outros. “Hoje o que se vê é uma quantidade de favelas, a violência nos 93 municípios produtores do cacau, principalmente nas cidades de: Itabuna Ilhéus e Porto Seguro”, constatou. HISTÓRIA CONTADA DO AUGE À DECADÊNCIA - Izabel Delmondes, uma das herdeiras de fazendeiros de cacau, disse que o documentário de Dilson Araújo leva o espectador a várias reflexões, inclusive mostrando como se iniciou a produção: “A maioria dos produtores de cacau em nada se parecem com os pioneiros do princípio do século XX e final do século XIX, homens duros, que pegaram no cabo da enxada e em armas de repetição, comuns na época, na sua maioria tropeiros, oriundos de Sergipe, que para cá vieram em busca de uma sorte melhor, mesmo que para isso tivessem que enfrentar uma mata inóspita, animais nem sempre amigáveis, doenças, lama, aqui chovia muito naquela época, etc. Juntou-se a essas gentes sergipanas gentes vindas de além mar, os sírios-libaneses, também pessoas corajosas e dispostas a tudo enfrentar para conseguir no Brasil uma vida melhor que aquela que tinham em seu país de origem”, contou. Delmondes recorda dos benefícios da produção de cacau para a família dos produtores e quem direta e indiretamente dependia economicamente desta cultura. O cacau, esse fruto maravilhoso, ajudou a grandes, médios e pequenos produtores, esses a maioria na região, a educar filhos, formar profissionais e, antes de tudo, a fazer prosperar uma região, e, em certa época, o Estado da Bahia. Com os dividendos do cacau abrimos estradas e caminhos, erguemos boas escolas, cidades prosperaram e comerciantes para cá vieram em busca do seu “El Dourado”. Com a taxa de retenção construímos um centro de pesquisa. Enfrentamos crises, quem vive de agricultura as enfrenta sempre, mas as crises eram de cotação do produto no mercado, crises de doenças como a podridão parda e outras que aprendamos a enfrentar e vencer”, narrou. Mas quando apareceu a vassoura de bruxa nas plantações começou o drama dos fazendeiros. Em relação a esta praga, Delmondes está certa de que “ um dia, pessoas que não se sabe movidas por quais razões, os indícios indicam que movidas por desejos políticos, resolveram que deveriam acabar com essa região tão próspera e nela introduzir o fungo de uma doença que o nosso centro de pesquisa ainda não conhecia o suficiente para, com eficácia, combatê-la. O documentário de Dilson Araujo mostra o fato com imparcialidade”, atestou. Para a fazendeira “primeiro o crime de terrorismo, em seguida um crime ambiental, quando tornaram a cultura do cacau inviável e, junto com ela, a cabruca, que era quem ainda mantinha várias espécies da Mata Atlântica vivas. Mas não satisfeitos, cometeram um imensurável crime social quando mandaram para os lixões e periferias de centros urbanos uma leva de trabalhadores do cacau”, desabafou. (Noemi Flores).
au eram considerados os mais ricos do estado e até mesmo do país. Esta era encerrou com a praga chamada vassoura de bruxa que atacou as lavouras, acabando desta forma com o grande apogeu da região. Um filme-documentário está sendo lançado em cidades da região Sul: “O nó um ato humano deliberado” de Dílson Araújo, que mostra a realidade dos herdeiros do cacau, atualmente com famílias endividadas ainda por conta da luta para exterminar a praga que alegam ter sido lançada criminosamente para acabar com as lavouras. Eles clamam por justiça e lutam para que dias melhores cheguem com soluções sólidas na região que hoje se transformou em uma das mais violentas do país, por conta desta decadência já que dos cacauicultores dependiam financeiramente, direta e indiretamente, cerca de 3 milhões de pessoas. O presidente do Instituto Pensar Cacau (IPC), Águido Muniz, contou que muitos fazendeiros se endividaram ao tomar crédito para exterminar a vassoura de bruxa, através da compra de um pacote tecnológico ( produtos para combater a praga), indicado pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), mas que, na verdade, não foi eficaz no combate. E dívidas chegam a R$ 1 bilhão. “A lavoura de cacau merecia um olhar mais atencioso. É a lavoura que emprega, que mantém o meio ambiente. O que aconteceu foi uma catástrofe, constatado que foi um crime que toda a região cacaueira sofreu. A situação está muito crítica”, desabafou. Muniz afirmou que o instituto tem realizado uma série de eventos como seminários para mostrar à sociedade o problema que as famílias têm enfrentado, inclusive o apoio a Dílson Araújo, autor do documentário que retrata a atual situação decadente da região. “Gostaríamos de divulgar este filme para toda a sociedade brasileira”, comenta. Para o presidente do IPC o que poderia ser feito: “reconhecimento dos erros porque o produtor foi obrigado a aplicar um pacote tecnológico que não resolveu nada (se refere ao primeiro), só fez aumentar a sua dívida. Que ele possa recuperar a lavoura e que a dívida seja anulada”, destacou, complementando que este plano de recuperação da lavoura que não deu certo é de 1995 a 1999, “mas hoje a tecnologia permite conviver com a doença e tenta recuperar a produtividade”, explicou. PRODUÇÃO - Mesmo assim a situação é difícil porque dos 25 mil produtores de cacau dentre os quais 97% são pequenos e miniprodutores., 92% das propriedades são abaixo de 100 hectares. “A região não tem mais grandes produtores, a história de coronéis não existe mais. Hoje o que se vê é uma cidade, como Itabuna, tida como a mais violenta do país, violência esta desencadeada na maior parte por jovens”, lastimou. O cacau é preservacionista da Mata Atlântica, afima Muniz, acrescentando que com a queda houve o êxodo rural das 3 milhões de pessoas que viviam do cacau, 250 mil trabalhadores do campo e 750 pessoas ligadas às fazendas, indiretamente, como o comércio e outros. “Hoje o que se vê é uma quantidade de favelas, a violência nos 93 municípios produtores do cacau, principalmente nas cidades de: Itabuna Ilhéus e Porto Seguro”, constatou. HISTÓRIA CONTADA DO AUGE À DECADÊNCIA - Izabel Delmondes, uma das herdeiras de fazendeiros de cacau, disse que o documentário de Dilson Araújo leva o espectador a várias reflexões, inclusive mostrando como se iniciou a produção: “A maioria dos produtores de cacau em nada se parecem com os pioneiros do princípio do século XX e final do século XIX, homens duros, que pegaram no cabo da enxada e em armas de repetição, comuns na época, na sua maioria tropeiros, oriundos de Sergipe, que para cá vieram em busca de uma sorte melhor, mesmo que para isso tivessem que enfrentar uma mata inóspita, animais nem sempre amigáveis, doenças, lama, aqui chovia muito naquela época, etc. Juntou-se a essas gentes sergipanas gentes vindas de além mar, os sírios-libaneses, também pessoas corajosas e dispostas a tudo enfrentar para conseguir no Brasil uma vida melhor que aquela que tinham em seu país de origem”, contou. Delmondes recorda dos benefícios da produção de cacau para a família dos produtores e quem direta e indiretamente dependia economicamente desta cultura. O cacau, esse fruto maravilhoso, ajudou a grandes, médios e pequenos produtores, esses a maioria na região, a educar filhos, formar profissionais e, antes de tudo, a fazer prosperar uma região, e, em certa época, o Estado da Bahia. Com os dividendos do cacau abrimos estradas e caminhos, erguemos boas escolas, cidades prosperaram e comerciantes para cá vieram em busca do seu “El Dourado”. Com a taxa de retenção construímos um centro de pesquisa. Enfrentamos crises, quem vive de agricultura as enfrenta sempre, mas as crises eram de cotação do produto no mercado, crises de doenças como a podridão parda e outras que aprendamos a enfrentar e vencer”, narrou. Mas quando apareceu a vassoura de bruxa nas plantações começou o drama dos fazendeiros. Em relação a esta praga, Delmondes está certa de que “ um dia, pessoas que não se sabe movidas por quais razões, os indícios indicam que movidas por desejos políticos, resolveram que deveriam acabar com essa região tão próspera e nela introduzir o fungo de uma doença que o nosso centro de pesquisa ainda não conhecia o suficiente para, com eficácia, combatê-la. O documentário de Dilson Araujo mostra o fato com imparcialidade”, atestou. Para a fazendeira “primeiro o crime de terrorismo, em seguida um crime ambiental, quando tornaram a cultura do cacau inviável e, junto com ela, a cabruca, que era quem ainda mantinha várias espécies da Mata Atlântica vivas. Mas não satisfeitos, cometeram um imensurável crime social quando mandaram para os lixões e periferias de centros urbanos uma leva de trabalhadores do cacau”, desabafou. (Noemi Flores).
Dói no peito ver este bárbaro crime sem punição para seus executores e mentores.
ResponderExcluirForam milhares de vítimas deste crime biológico e atéhoje ninguém está pagando na cadeia.
O fato de o processo envolver muitos réus, além das dificuldades estruturais do Judiciário para responder ao acúmulo de ações pendentes, faz a tramitação ficar lenta e o tempo acabará beneficiando os bandidos que introdiziram a vassoura de bruxa no sul da Bahia.
Já que a vassoura de bruxa está com seus criminosos impunes, vamos contribuir um pouco com o consolo as vítimas, derrotando a bruxa nas urnas...!
Gutemberg Matos
Belíssimo documentário.
ResponderExcluirDigno de prêmios internacionais.
Parabéns a todos que o produziram.
Valdir Rebouças
A lei é geral, ou seja, foi criada para ser aplicada a todos, mas infelizmene, a lei em nosso país só é aplicada para os pobres. Se você for a uma penitenciária, só encontrará detentos pobres. Não encontrará um "Marcos Gomes", ou “Tiago Feitosa” da vida por lá. Eu já ouvi falar de gente que foi condenada por furtar duas galinhas para comer!!!!! Para comer!!!! E já vi muitos que roubaram milhões dos cofres públicos livres e provavelmente gastando esse dinheiro por aí. Inclusive com compra de votos para se eleger e se reeleger deputado federal.
ResponderExcluirA cadeia está cheia de pequenos delitos, analfabetos, alcoolatras, viciados em drogas, negros, prostitutas etc.... Você não acha que a cadeia está cheia? Então escolha bem o seu voto na próxima eleição. Noélia Silva
ResponderExcluirAmigo Val Cabral, no Brasil pessoas da alta sociedade e da política podem matar, roubar fazer a festa que quiserem... mas nunca irão ser punidos... e uma tristeza. Esse documentário mostra isso.
ResponderExcluirJosué Novais de Almeida
Exepecional este filme.
ResponderExcluirNão há dúvida sobre quem pôs esta praga por aqui.
Geraldo e seus cúmplices só estão impunes, porque ainda somos um país em condição de sub-desenvolvimento.
Kleber Barreto
TODOS NO MUNDO DEVERIAM ASSISTIR ESTE DOCMENTÁRIO... ASSIM HAVERIA MAIS CONDIÇÕES DESTE CRIME BIOLÓGICO NA REGIÃO CACAUEIRA SER DESVENDADO E SEUS MANDANTES E AUTORES PUNIDOS.
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