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Natal Itabuna

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Trief

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4 de setembro de 2009

NOSSA DÉBIL MARINA SILVA

Max Gehringer escreveu tempos atrás na Você S.A., manual de consulta indispensável dos estudantes de administração da minha época, que o adjetivo “inveterado” está mortalmente ligado ao substantivo “fumante”. Quando sumir da terra o último pitador de cigarros, exterminado pelas leis anti-fumo, levará consigo para o túmulo o tal adjetivo sem personalidade. Pois bem, plageio o velho lobo da administração e lanço mão do “débil”, cruelmente associado àqueles que nascem com deficiência cerebral, porcamente apelidados débeis mentais. O débil é o frágil, sem musculatura, desprovido de força, em geral arqueado, esguio. Lembro-me de alguns famosos e que – reveladamente – nos surpreenderam... Einstein, Irmã Dulce, Jefferson Peres... E por falar neste último, reconhecido expoente do cenário político moderno no Brasil, invoco o nome da senadora, até pouco tempo ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva. Num país em que a pasta da Economia domina os noticiários há mais de dois séculos, é complicado comandar um ministério e ao mesmo tempo defender uma causa tão nobre e, na maioria das vezes, indigesta frente aos interesses dos poderosos. Durou muito dona Marina. Bem se via, não corroborava com os esquemas que estão por aí. A débil Marina, coitada... Sem a tal musculatura, imaginada indispensável para tal tarefa, mexe com o quadro político para 2010. Ameaça gente grande, diagnostica em público que o partido no qual militou 20 anos, não é mais o mesmo e que “seus heróis estão a morrer de uma overdose corrupta”. É... A débil Marina, de rosto magro, pele escurecida, nascida nos confins deste país tupiniquim, mais uma Silva. Que débil, que nada! Admirável mulher. Será presidente da República? A primeira mulher no comando do Estado Brasileiro? Sinceramente, pouco importa para Ela. Investida de coragem, tomou a decisão de não ser conivente com a barbárie que sempre condenou. Desprovida de vaidade, saiu pela porta da frente de um Ministério que tem a atenção dos olhos do mundo, mas o desprezo de um governo que está preocupado com certezas menos nobres. Marina Silva não é nenhum mártir, nenhuma epopéia... Não carrega multidões ao seu redor, lota estádios ou distribui autógrafos. É débil, é frágil, é Silva, é mulher... Marina não é a protagonista do filme de milhões de bilheteria. Talvez possa ser comparada ao contra-regra que está sempre a postos, de eficácia invejável e pro atividade ímpar. Ela não se importa com isso, com o fato de ser coadjuvante. Mas ela é a melhor coadjuvante. Porque nem só de galãs e estrelas sobrevivem as películas. Tem a minha admiração todos aqueles que, assim como Marina Silva, levantam, sacodem a poeira e dão a volta por cima quantas vezes forem necessárias, quantas vezes a vida lhe exigir isso, num sucessivo “começar de novo”. Marina, débil, sem musculatura, arqueada, frágil. Marina mulher, ousada, corajosa, talentosa, dinâmica, moderna, crente de suas convicções, firme nos seus propósitos, ilimitada de criatividade por ser quem é, como tantas que temos ao nosso redor. (Rogério Silva).

3 comentários:

  1. Pois é essa DÉBIL que consegirá o meu voto e de outro milhões de brasileiros, que prezam a honestidade e o caráter.

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  2. Marina tem mostrado ao longo da sua carreira que esta peparada pra assumir este cargo, confio na força da mulher, será o mehor para todos nós.

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  3. Quando ministra essa mulher lutou contra várias causas ambientais, porque não dá a ela uma chance de assumir o controle do país.

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