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Natal Itabuna

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Trief

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15 de julho de 2009

O DRAMA DE MENORES NO TRÁFICO - Não há menor dúvida de que o tráfico de drogas ilícitas, afinada com a lógica de acumulação e produção capitalista, já que movimento cerca de US$ 380 bilhões/ano, constitui um mal que afeta, de uma maneira ou outra, a todas as instituições do Estado e a sociedade em geral. No tocante aos menores envolvidos com o tráfico, suscita algumas reflexões. Em geral, é possível estabelecer três níveis relacionados ao tráfico: 1. Nível sofisticado: são aqueles contatos mantidos entre criminosos e parceiros influentes (internacional, nacional e regional) para negociar a compra de grandes quantidades de drogas. Também envolve corrupção e lavagem de dinheiro. 2. Nível médio: são empresários da economia informal que trocam bens roubados por drogas, armas e contrabando. 3. Nível inferior: esse nível de criminalidade é representado por indivíduos que compram, estocam, distribuem e vendem drogas. Este último nível se dá em grande parte nos bairros e periferias, marcada pela miséria da população, por absoluta falta de opções e oportunidades, levando principalmente os menores de classe baixa, mão-de-obra preferencial da criminalidade urbana de rua, a tornarem-se alvos fáceis do tráfico, que vêem no "movimento" uma possibilidade de renda, ascensão social e prestígio pessoal. Pés pequenos e descalços, um cobertor de papelão, roupas sujas, saquinho de cola para enganar a fome, vindos de famílias desestruturadas, este é o retrato do abandono que serve para explicar o avanço dos menores nas fileiras do tráfico. No tráfico, o rendimento que obtém é suficiente para a aquisição de artigos amiúde cobiçados (roupas, tênis de marca, motocicletas, etc.) e cujo consumo, aos seus olhos, somente se realiza por jovens de classes sociais privilegiadas. Mesmo aqueles que têm oportunidades de empregos são seduzidos a ingressar em sua estrutura, tamanha é vantagem que dele podem auferir, já que a atividade do tráfico é muito mais rentável se comparada a qualquer tipo de trabalho. Há também todo um fascínio exercido pelas armas de fogo e pelo poder que desejam obter. Além, é claro, do status social, capaz de fazê-los serem respeitados na comunidade. Precisam da admiração ou do respeito por meio do medo imposto aos outros, por isso se exibem com armas e demonstram crueldade diante do "inimigo". Assim, sequiosos de ascender social e financeiramente, os jovens quase imploram aos donos das bocas-de-fumo um posto hierárquico do tráfico. Não raro iniciam seus trabalhos como "aviõezinhos" (vendem pequenas quantidades de drogas e ficam de olho na polícia). Paulatinamente, vão galgando novos degraus até chegarem a gerentes ou, quiça, "donos do morro". Para o "empregador", a oferta de mão-de-obra, além de farta e barata, é ideal, já que os menores de dezoito anos de idade são inimputáveis juridicamente. Por derradeiro, o combate a este fato exige realismo, investimento e muito trabalho e requer esforços constantes do governo e da sociedade em geral. Entendemos que esta questão não é fruto do acaso, e sim de políticas mal elaboradas em relação à situação de vida destes menores, não políticas repressivas - que nada resolvem, mas sim políticas de inclusão socioeconômicas.

3 comentários:

  1. Parabéns val Cabral por mostrar a verdadeira realidade desses menores sem o sensasionalismo barato que é de praxe. O que se ver na realidade é que esses menores são tao vitimas quanto os seus vitimados.
    Profº Cláudio

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  2. Temas assim devem estar sempre sendo msotrado, pois dramas assim não podem ficar sendo empurrados para debaixo do tapete.
    Que Deus abençõe todos que fazem as reportagens, vcs são demais.
    Parabéns e sucessos. Benedito

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  3. O tráfico de drogas emprega jovens cada vez com menos idade, que cumprem pesadas cargas horárias de trabalho, não têm direito a folgas e não ganham tão bem quanto se pensa. Eles têm de deixar a escola, sofrem agressões e extorsões por parte de policiais e se expõem à morte diariamente.
    Otávio Pereira

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