Era uma vez um indivíduo espertalhão, apelidado de “Jabinho”, que, fazendo-se passar por um alfaiate da capital, disse ao jovem empresário de comunicação e prefeito da cidade, que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê-la.
O jovem do “Reino dos Reis”, muito vaidoso, gostou da
proposta e pediu ao astucioso, que fizesse uma roupa dessas para ele. Jabinho
receberia vários cargos no reinado do “menino do rádio” e outros benefícios,
exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele ganhou tudo o que pediu e
ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que todas as pessoas
alegavam ver, para não parecerem estúpidas. Até que um dia, o prefeito se
cansou de esperar, e ele e seus secretários quiseram ver o progresso do
“alfaiate”.
Quando o falso tecelão mostrou a mesa vazia, o prefeito
exclamou: “Que lindas vestes! Você fez um trabalho magnífico!”, muito embora,
não visse nada além de uma mesa, pois, dizer que não nada via seria admitir que
não tinha a capacidade necessária para ser líder.
Os secretários ao redor soltaram falsos suspiros de admiração
pelo trabalho do manhosos Jabinho, nenhum deles querendo que achassem que era
incompetente ou incapaz. O “alfaiate” garantiu que as roupas logo estariam
completas, e o prefeito resolveu marcar uma grande festa na cidade para que ele
exibisse as vestes especiais, quando descesse a rampa do seu palácio do
Paranaguá.
No final, o “Reizinho” sai todo pomposo desfilando
pela rua, e todo mundo nota que ele está nu, mas ninguém tem coragem de falar.
Enquanto o iludido protagonista desfila pela cidade, um menino grita: “O
Reizinho está nu”, e todos concluem que, se uma criança, com toda sua pureza,
constatava que o alcaide estava mesmo exposto em suas vergonhas, é que tudo
naquele reino não passava de uma farsa.
E o nosso estrambótico e estapafúrdio majestático, desmoralizado, recolheu-se ao castelo, tendo que conviver com o “costureiro espertalhão” e seus secretários e assessores que não ousaram admitir que não havia roupa nenhuma, para que as aparências não o revelassem como um líder sem condições de governar; sem personalidade e vontade própria, ou algo tal qual suplente do reserva, do gandula substituto, no jogo do poder e Reis nus que governam a cidade
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