Nossa cidade possui uma bruxa malamanhada, “mala sem alça”, desajeitada e que decidiu abolir a vassoura voadora das suas viagens. O desconforto estava lhe afetando a saúde e tem uma coisa, que a dita cuja sempre abominou e se tem outra coisa que é rejeitada pela bruxa, é a tal da medicação alopata, ou algo que equivalha a medicina tradicional. O ramo dela é a feitiçaria! Vassouras e medicina são seus “calcanhares de Aquiles”!
Claro que até as melhores vassouras tinham lá seus inconvenientes.
Não dava para carregar bagagem, por exemplo (e como ela levaria suas roupas e o
pinico?). Além disso, o assento acabava ficando bem desconfortável depois de um
certo tempo, mesmo quando a bruxa Aivil usava a sua almofadinha especial.
Pior que seu bumbum murcho, era a coluna: a
cinquentona desvairada já não sabia direito com quantos anos estava, mas eram
muitos, e não agüentava passar horas daquele jeito, com as costas inclinadas. A
verdade é que vassouras não são mais adequadas para bruxas nos tempos atuais...
E, por incrível que pareça, elas lotam os aviões!
Por isso hoje em dia é tão difícil olhar para o céu e ver bruxa voando. Raro mesmo. Avião, em compensação, tem um monte, subindo e descendo o tempo todo. O fato é que a bruxa Aivil não quer mais ser bruxa. Ela se recusa a gargalhar como bruxa. Não quer montar em vassouras. Não usa pernas de sapo, olhos de salamandra, asas de morcego em suas poções e feitiçarias. E não quer saber de assustar as crianças. Só pensa em fazer compras, assistir à TV e namorar com quem seja nobre, ainda que de Reinados de reis nus!
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