Prefeitura Itabuna

Trief

Trief

5 de março de 2018

MULHER É MELHOR PARA FAZER A POLÍTICA MENOS RUIM

Jacqueline Mendes tentou, mas não conseguiu o que possui hoje,
Charliane Souza: uma representação na Câmara de vereadores!

Em ano de eleições, o mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, a temática do "empoderamento" feminino costuma ter um viés a mais na pauta já predeterminada dessa discussão: o da representação delas no cenário político. É a época em que surgem os números que apontam que mais de 51% dos eleitores brasileiros são mulheres, que só 10% das vagas no Congresso Nacional são ocupadas por elas. A Bahia contou com o total de 233 candidaturas femininas aptas a concorrer às 107 vagas na disputa para os cargos de Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador (1º e 2º Suplente), Governador e Vice-Governador nas Eleições 2014. Apesar de o número de mulheres disputando representar um crescimento em relação à última Eleição Geral em 2010 (136 candidaturas), apenas 11, o equivalente a 4,7%, conseguiram se eleger naquele ano. Foram sete que concorreram ao cargo de Deputada Estadual, três a Deputada Federal e outra que disputou o posto de segundo suplente de Senador. Os dados oscilam, mas quase todos os anos de eleição estão praticamente no mesmo patamar. As campanhas e ações para tentar alterar essa realidade também são quase sempre as mesmas. O principal debate, em geral, circula sobre a cota para candidaturas femininas, num eterno debate se a medida é ou não eficaz e se seria ou não justa. Paralelo a isso, os partidos continuam investindo pouco nas candidatas mulheres, quando não as transformam em "candidatas laranjas", registradas somente para garantir o cumprimento da cota. Mas e as eleitoras? Elas procuram ter representação feminina na política quando vão às urnas? Assim como o caminho para o combate à corrupção passa pela forma como o eleitor escolhe seus candidatos, analisando o passado de cada um deles, estudando suas propostas, uma maior presença das mulheres nos parlamentos e palácios do Executivo também depende da atuação de quem as elege. É preciso que as mulheres queiram ser representadas por mulheres e votem nelas. Eleições passadas, a radialista Jacqueline Mendes, que acabou não se elegendo a um cargo no Legislativo, disse acreditar que o motivo da quantidade quase insignificante de mulheres na política, em comparação à quantidade de eleitoras, se dava porque a rotina delas é muito mais atarefada que a dos homens e, por isso, elas não costumam ter tempo de pensar sequer em quem eleger, que dirá em se candidatar. O argumento fez mais sentido quando completado com a seguinte observação: são as mulheres que estão nas portas das escolas cobrando soluções quando há greves ou falta de estrutura para seus filhos; também são elas que reclamam das filas nos postos de saúde e da ausência de medicamentos para os pais ou sogros idosos; e mais, são elas que boicotam (ainda que sem uma organização formal) o mercado que aumenta os preços que coloca em risco o orçamento familiar. A conclusão de Jacqueline foi de que as mulheres já atuam na política e, exatamente por isso, não têm tempo de se tornarem políticas. Elas próprias se representam e não só a elas próprias, mas a todos que dependem delas para sobreviver. Significa que não precisamos de mulheres ocupando mais espaço na política? Absolutamente. Afinal, se sem serem detentoras de grandes cargos elas já conseguem tanto, imagine como poderia ser o país se elas estivessem do outro lado da ponta dessas reclamações...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente no blog do Val Cabral.

Publicidade: