CUNHA E DELCÍDIO: UM JÁ FOI E O OUTRO NÃO VAI FICAR!

Se apenas 10% fossem denunciados, o país já ficaria perplexo 

Embora negue, até com certa veemência, o senador Delcídio do Amaral já fez um acordo de delação premiada perante o grupo de trabalho da Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato, cujo nome correto, perdoe o exagero, seria “Lava a Jato”. Ciente de seu futuro inglório, tanto como político quanto como cidadão, o parlamentar já teria dado com a língua nos dentes, detalhando os bastidores da compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, a “ruivinha” enferrujada. No documento preliminar de colaboração, o moribundo Delcídio indicou temas e nomes sobre os quais pretende dissertar em seus futuros depoimentos após a homologação do acordo. O objetivo é permanecer, o maior tempo possível, longe das fétidas cadeias brasileiras e o menor tempo possível dentro delas. Ele sabe que atrás das grades não se come caviar e salmão. A vida na prisão não tem glamour e holofotes. Não é que o Poder Judiciário brasileiro seja de todo incompetente. Somos testemunhas, a despeito de sua extrema lentidão, dos esforços para desvendar toda a história do Petrolão. Ocorre que ministros de diversos tribunais, juízes, desembargadores e promotores devem zelar pelas leis criadas pelo Poder Legislativo, ou seja, esquadrinhados por nossos senadores e deputados. Gente como Delcídio Amaral e Eduardo Cunha. Um foi expulso na semana passada e o outro já está com passagem de partida, intransferível, inadiável e assegurada, para a próxima semana!