A bagunça no
trânsito é grande em todo Brasil. No entanto, o que considero mais grave – e
prova inconteste de nosso subdesenvolvimento – é a total falta de educação, por
parte de uma grande maioria, para com os pedestres sejam eles crianças, adultos
e idosos. Num país sério, todos sabem que dirigir é um privilégio e andar é um
direito. A bicicleta vem merecendo, já há décadas, o mesmo tratamento de
respeito e espaço no mundo realmente civilizado. Para quem é deficiente físico,
mais importante ainda, é necessário o carinho e solidariedade de todos para que
ele (ou ela) transite na cidade como um(a) cidadão(ã) respeitado(a). Não se
deve fazer isso como apenas “ato de bondade” (ou muito menos favor), mas, acima
de tudo, como prova de real cidadania que a todos muito interessa. Sequer temos
calçadas que dêem continuidade a uma simples caminhada nas ruas da cidade. Olha
que o termo “cidadão” vem de cidade. Teremos estádios monumentos ao futebol
para a Copa e depois dela, mas não temos simples calçadas. Os motoristas de
veículos automotores agem, normalmente, como se nunca fossem pedestres ou
andassem de bicicletas (ou seus filhos, ou irmãos, ou pais, ou parentes, ou
conhecidos etc). Pensam que a cidade – em geral, mal planejada em tudo – foi
feita para automóveis. É como se gente não tivesse qualquer importância. Gente
civilizada sabe que, mesmo um(a) pedestre estando errado(a), o/a motorista do
automóvel tem a obrigação de parar e dar a preferência ao pedestre ou à
bicicleta. Vale lembrar: um automóvel é uma arma muitíssimo maior que uma
“simples” bala. Será que, um dia, nós brasileiros, tão “incentivados” que fomos
a fazer do automóvel nossa “extensão de vida ou de nossos corpos físicos”. Entenderemos
isso? Quando nossas calçadas existirão de verdade para circulação dos cidadãos?
Para que se paga IPTU e tantos outros impostos? No Brasil, até Ministério das
Cidades existe. Para quê?
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