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Natal Itabuna

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Trief

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20 de fevereiro de 2013

ACREDITAMOS QUE AS DESGRAÇAS NÃO ACONTECEM CONOSCO

Somos uma nação que ainda chora a morte de centenas de seus filhos, meninos e meninas com um futuro de promessas desfeito, sonhos não realizados e alegrias não vividas. Somos um povo assustado pelo que ocorreu. Mas somos, principalmente, um povo despreparado, do tipo que acredita que jamais irá acontecer conosco simplesmente porque nos achamos diferentes e acreditamos que somos mais abençoados por Deus do que os outros. Na verdade, nós somos mesmo é uma gente reativa. Reagimos aos acontecimentos por não sermos dados a prevenir e estamos diante de uma fatura impagável. Após a tragédia de Santa Maria descobrimos em avalanches de fiscalizações que nossas boates, teatros e casas de show são verdadeiras arapucas, já que não possuem o mínimo de segurança contra a eventualidade sempre presente de um incêndio. E tome entrevista pra cá, tome bombeiro pra lá, haja Ministério Público, Procon, polícia, ou como diria um antigo colega de escola, o “escambau” de ações, preocupações e boas intenções. Não que isso não seja bom, é ótimo até, mas poderíamos ter passado sem essa! No mundo do condicional, se todo este trabalho fosse realizado de forma contínua e responsável nós não estaríamos chorando Santa Maria e aquelas meninas e meninos estariam hoje comemorando suas formaturas ou retornando às salas de aula. É preciso que acordemos de uma vez por todas e deixemos de imaginar que tragédias só acontecem com os outros. Deus não dita as nossas ações e omissões. Quem as dita somos nós mesmos! A vida humana é muito importante para que possamos descuidar dela como descuidamos. Consertar a porta depois de arrombada não é inteligente. Melhor quando a gente não se omite e não deixa se omitir. Mas agora fazer o quê? Além da tristeza, vamos evitar novos acontecimentos como este e responsabilizar os irresponsáveis que deram causa ou contribuíram para tal acontecimento. As vidas que seriam vividas se foram e dói muito quando imaginamos que poderia ser um dos nossos, tão vitimados quanto os do Rio Grande. Resta-nos aliviar as nossas almas, as dos que ficaram chorando suas perdas e as daqueles que partiram com as preces, rezas, orações e pedidos que conhecemos. Mas, acima de tudo, resta-nos uma dura lição que aprendemos no sofrimento: somos filhos de Deus, sim, mas precisamos aprender a cuidar de nós mesmos.

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