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Natal Itabuna

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Trief

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17 de janeiro de 2013

PARA QUEM ACHA QUE PECO EM ME MANIFESTAR LIVREMENTE



Entre todas as espécies de animais, a humana é a única que conhece a liberdade. Os outros animais são obrigados a seguir um instinto natural e inescapável, uma programação biológica que carregam dentro de si, herdada de seus ancestrais e legada a seus descendentes. Se forem migratórios, terão forçosamente que, um dia, migrar; se são predadores, irão matar; se são presas, irão fugir, se esconder ou se camuflar; se forem, por natureza, monogâmicos, irão ter por toda a vida um único par; se não, tentarão ser fecundos em parceiros sexuais. Se forem canibais, trucidarão, necessariamente, um ao outro da própria espécie. Só os homens são, pela faculdade da razão, dotados da capacidade de determinar seu comportamento pela escolha livre e consciente. Podem decidir para onde vão, o que comer, em que trabalhar, como se relacionar, o que ser. O homem pode escolher ser vereador, radialista, pintor, poeta, vagabundo ou ladrão. Pode escolher levar uma vida de viagens ou viver recluso em um mosteiro. Fazer o que acha certo ou escolher o errado. Falar ou calar, ser promíscuo ou casto, ou carnívoro, crente ou ateu. Pode escolher obedecer, ou não, seus instintos mais primitivos. A liberdade, ao contrário do que muitos pensam, não é uma dádiva divina, é uma conquista humana. Como toda conquista, ela tem um preço. Só é verdadeiramente livre aquele que consegue ter consciência das suas próprias escolhas. E assume as consequências dos seus atos. Ao contrário dos outros seres, as relações entre humanos são, em sua maioria, regidas por contratos, não por instinto. Contratos, na maioria, não escritos, nem mesmo pronunciados. Contratos subentendidos. Ali, estão implícitas as relações de convivência, necessárias à vida em comunidade, baseadas na confiança e reciprocidade. Mas ser livre significa que somos nós, e só nós, os responsáveis pelas escolhas que fazemos. A liberdade é vista sob esse prisma, uma prisão. Não podemos delegar a ninguém, desse ou de outro mundo, a responsabilidade sobre nossas escolhas. A simples aceitação dessa realidade nos torna ainda mais livres e conscientes. Somos culpados da própria tutela, quando decorre da falta de coragem e de ânimo para tomarmos nossas decisões. Sim, podemos e devemos escolher como, quando e onde exercer nosso direito e obrigação de ser livres. Fazer da liberdade uma dádiva. Depende, como quase sempre, apenas de nossas escolhas.

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