Itabuna retorna à sua vida normal para grande
parte de seus habitantes. Ocorreram as posses do novo prefeito, Vane do
Renascer e também renovou-se com apenas uma reeleição (Ruy Porquinho) a Câmara
Municipal. Mas os desafios são imensos. E, mesmo reconhecendo que os problemas
do centro da cidade são maiores, voltamos os olhos para nossa periferia, mesmo
porque é lá, prioritariamente, onde se concentram as maiores demandas de
infraestrutura e a maioria da população. Uma certa vez ouvi de alguém, que para
se conhecer uma cidade era necessário viver nela três dias ou trinta anos. Ao
final de trinta anos, se verificava que o julgamento após os três era melhor.
Daí, os visitantes de três dias, poderão sair daqui satisfeitos, ou dependendo
de onde transitam, revoltados. Caso se alojem em algum hotel, ou residência na
praça do Pontalzinho, Santo Antonio, Conceição, Santa Inês e alguns outras
localidade e queiram dormir mais um pouco (um dos privilégios das férias!),
poderão ser retirados bruscamente das camas, ao anoitecer, por um bando de
bêbados que, com caixas de som imensas, em um estacionado carro, estremecem a
região. Acordados, chateados, mas sem querer desperdiçar um dos poucos dias
disponíveis para as esperadas férias, porão um par de tênis para dar uma
caminhada na tão bela quanto desprotegida avenida Azzim Maron e Fernando
Cordier. Correrão severo risco de ser atropelados em uma das pontes, que, após
extensa noitada de farra nas boates e bares, bagunçam a região, imunes à Lei
Seca. Ultrapassada essa trincheira, não poderão caminhar sossegadamente pela
ruas de acessos as casas e hotéis em que estejam hospedados: motoqueiros e ciclistas
alucinados, como “bolas de fogo”, usarão a faixa de pedestres, em contínua
ameaça a sua integridade física e mental. Nossa cidade é como os sonhos: é
feita de desejos e de medos. Os medos são muitos, os desejos e as esperanças,
resumem-se em que o novo gestor possa dar a Itabuna, considerada uma das
cidades mais violentas do Brasil, esse ar mínimo de civilidade que ela tanto
precisa.

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