VOTO OBRIGATÓRIO AINDA É MENOS RUIM

As eleições passaram deixando para nós, que somos animais políticos, algumas inquietações que podem ser questionadas após o término deste pleito, se assim posso dizer, o mais importante para a nação brasileira, onde escolhemos quem nos representará durante um período de quatro anos tanto no Palácio do Planalto quanto nos palácios dos governos ao longo do País, sem nos esquecermos dos deputados e senadores que elegemos através do voto direto. Um momento importante, no qual que tivemos alto índice de abstenção, só na Bahia mais de dois milhões de eleitores não compareceram às urnas para exercer o direito ao voto. Um direito que nos foi concedido através do sangue de muitos e muitas que de uma forma ou de outra entraram em confronto com as forças que dominavam e oprimiam à época e exigiram que fosse refeita a carta magna do País. Muitos até hoje estão desaparecidos e seus familiares não sabem ao menos onde o indivíduo se encontra, e só têm a esperança de saber uma notícia e ao menos enterrar os restos mortais destes que queriam presenciar este momento da democracia. Muito se fala em adotar o modo das eleições norte-americanas, onde o voto é facultativo e não obriga os eleitores a comparecerem ao local de votação; exerce o seu direito de cidadão quem quiser. É um tanto louvável a proposta, mas infelizmente dentro destes conformes tem de ser repensada e estudada, devido a alguns vieses que precisam ser esclarecidos. Devemos parar para analisar alguns elementos. Como deixar facultativo o voto, principalmente em escolhas importantes, se a população não e stá educada nos princípios básicos de cidadania? Se o Estado, enquanto nação, não oferece recursos para erradicar de uma vez por todas este fantasma que assombra e assusta o País? Como deixar o voto facultativo se a exemplo da Bahia mais de dois milhões não compareceram às urnas, mesmo diante de uma obrigatoriedade “severa” que pune de diversos modos? Muitos não estão nem aí e depois simplesmente podem justificar dando mil e uma desculpas para a ausência. Claro que poderiam ser citados diversos argumentos contra, diante de uma proposta que seria um tanto democrática, mas dentro de uma lógica em que se permita a participação em massa da sociedade e não apenas de uma classe política que quer apenas se beneficiar diante de toda a situação. É uma pena que a grande parcela da população que poderia fazer o diferencial não se tenha permitido fazer a escolha certa. É lamentável que ainda existam muitos dos nossos representantes que queiram ludibriar a população fazendo seu jogo político. Mas acredito que a população brasileira não seja tola, ela apenas precisa acordar e ver a realidade como ela é.