AS PREDADORAS NAS PRAIAS DE ILHÉUS – Houve alguém, cujo nome não me recordo agora, que declarou certa feita, que “as mulheres se mostram muito mais de biquíni do que nuas”. As mulheres bonitas aguardam o verão com a ansiedade das cigarras. É o tempo de elas se mostrarem, até ali ficaram camufladas pelo estratagema da moda, dissimulavam sua beleza na insinuação dos decotes e das calças e saias apertadas. Muitas enganaram nas outras três estações, escondidas atrás das roupas. No verão é impossível ludibriar os incautos, é a hora da verdade, mulher que tem beleza para mostrar só pode fazê-lo realmente no verão. Há mulheres que se preparam com dietas para o verão. Dezembro vai se aproximando e elas malharam durante todo o resto do ano e evitaram as gorduras e os carboidratos para se mostrarem impávidas na passarela das praias. Há outras mulheres que odeiam o verão, exatamente porque é o cenário desfavorável para as suas mazelas físicas, escondem-se sob as saídas-de-banho e as bermudas e submetem-se ao terror de ter de expor-se rapidamente de maiô e tanga, o tempo que der para chegar às ondas e voltar até a cadeira de praia, embarafustando-se novamente nas toalhas acobertadoras. Já as mulheres bonitas vão cedo para a praia e toda a coletividade litorânea fica conhecendo seus atributos. Mulher bonita não pára na praia, percorre toda a extensão da areia, de preferência em companhia de outra mulher bonita, para não perder o jeito, mesmo porque jamais se verá na praia uma mulher bonita acompanhada por uma feia, a última não resiste ao terror da comparação. Uma mulher realmente bonita não se cansa de caminhar de biquíni na praia, quer mostrar para todos a sua superioridade, tornando explícita e popular a sua sensualidade, é capaz de percorrer toda a inteira extensão da praia de São Miguel até as praias de Olivença, sem nenhum sinal de cansaço! Ela caminha sob a onda dos olhares da multidão, não indo a lugar nenhum, mas como se tivesse um destino, que outro não é que os confins da sua justa vaidade. Nua a mulher é de um só homem, que adquiriu o direito de vê-la nua, o chamado direito adquirido. De biquíni, a mulher é alvo do olhar desejante de todos, que se munem do que se chama de expectativa de direito. A mulher nua já é coisa do passado, não faz mais parte do mercado romântico, é uma presa. Enquanto que a mulher de biquíni é uma predadora que saiu de manhã para a praia a caçar os olhares aturdidos dos admiradores. A mulher nua é um mero objeto de conquista. A mulher de biquíni é um sublime objeto de desejo. Nua, a mulher é protagonista do fim da história. De biquíni, a mulher está forjando a história. Nua, a mulher é um ser particular. De biquíni, a mulher é um ser universal. - (Paulo do Pontalzinho)19 de julho de 2009
AS PREDADORAS NAS PRAIAS DE ILHÉUS – Houve alguém, cujo nome não me recordo agora, que declarou certa feita, que “as mulheres se mostram muito mais de biquíni do que nuas”. As mulheres bonitas aguardam o verão com a ansiedade das cigarras. É o tempo de elas se mostrarem, até ali ficaram camufladas pelo estratagema da moda, dissimulavam sua beleza na insinuação dos decotes e das calças e saias apertadas. Muitas enganaram nas outras três estações, escondidas atrás das roupas. No verão é impossível ludibriar os incautos, é a hora da verdade, mulher que tem beleza para mostrar só pode fazê-lo realmente no verão. Há mulheres que se preparam com dietas para o verão. Dezembro vai se aproximando e elas malharam durante todo o resto do ano e evitaram as gorduras e os carboidratos para se mostrarem impávidas na passarela das praias. Há outras mulheres que odeiam o verão, exatamente porque é o cenário desfavorável para as suas mazelas físicas, escondem-se sob as saídas-de-banho e as bermudas e submetem-se ao terror de ter de expor-se rapidamente de maiô e tanga, o tempo que der para chegar às ondas e voltar até a cadeira de praia, embarafustando-se novamente nas toalhas acobertadoras. Já as mulheres bonitas vão cedo para a praia e toda a coletividade litorânea fica conhecendo seus atributos. Mulher bonita não pára na praia, percorre toda a extensão da areia, de preferência em companhia de outra mulher bonita, para não perder o jeito, mesmo porque jamais se verá na praia uma mulher bonita acompanhada por uma feia, a última não resiste ao terror da comparação. Uma mulher realmente bonita não se cansa de caminhar de biquíni na praia, quer mostrar para todos a sua superioridade, tornando explícita e popular a sua sensualidade, é capaz de percorrer toda a inteira extensão da praia de São Miguel até as praias de Olivença, sem nenhum sinal de cansaço! Ela caminha sob a onda dos olhares da multidão, não indo a lugar nenhum, mas como se tivesse um destino, que outro não é que os confins da sua justa vaidade. Nua a mulher é de um só homem, que adquiriu o direito de vê-la nua, o chamado direito adquirido. De biquíni, a mulher é alvo do olhar desejante de todos, que se munem do que se chama de expectativa de direito. A mulher nua já é coisa do passado, não faz mais parte do mercado romântico, é uma presa. Enquanto que a mulher de biquíni é uma predadora que saiu de manhã para a praia a caçar os olhares aturdidos dos admiradores. A mulher nua é um mero objeto de conquista. A mulher de biquíni é um sublime objeto de desejo. Nua, a mulher é protagonista do fim da história. De biquíni, a mulher está forjando a história. Nua, a mulher é um ser particular. De biquíni, a mulher é um ser universal. - (Paulo do Pontalzinho)
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MUITO OPORTUNO ESTE TEXTO E CORAJOSO SOBETUDO, POIS NEM TODO MUNDO TEM CORAGEM DE POSTAR E ASSINAR UM ARTIGO COM ESTE CONTEXTO, POIS TEME SER TAXADO DE MACHISTA; E NÃO É ISTO O QUE DESCREVE ESTA VERDADE...
ResponderExcluirPARABÉNS
RODRIGO SANTOS
Simplesmente, não gostei...!
ResponderExcluirCélia