A Bahia perdeu muito em n ão ter Eliana Calmon como Senadora |
A ministra
aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STF), Eliana Calmon, disse nesta
terça-feira, 18, que não se surpreendeu com os nomes citados nas delações dos
executivos da Odebrecht, presos na Operação Lava Jato. Em entrevista à Rádio
Metrópole, Calmon comentou o depoimento que deu ao jornal Folha de S. Paulo,
onde falou que a Lava Jato também irá afetar o Poder Judiciário. “A empresa
Odebrecht passou mais de 30 anos fazendo esses absurdos todos que estão aí,
será que nada disso passou pelo Judiciário? O Judiciário teve uma participação
muito forte em tudo isso que está acontecendo. Conforme a Constituição de 1988
não se pode fazer nada sem a deliberação do poder judiciário. Os “Sérgios
Moros” da vida surgem de mentirinha. Tudo passou pelo Judiciário, então, muita
coisa virá a tona dessa conivência de mais um poder que se alia a esse lixo que
está exposto. As empresas foram sendo comparadas pela Odebrecht, quem fazia
oposição foi sendo quebrada e isso foi passando pelo judiciário de uma forma
incólume, sem ninguém ter visto”, disse. Eliana Calmon destacou, ainda, que
depois que foi candidata ao Senado viu ‘o amago da política e vi que pelas
regras do jogo é impossível fazer política sem haver corrupção, as campanhas
são milionárias e o mercado está viciado, todo mundo quer dinheiro e muito
dinheiro. É natural saber que o político não vai fazer doação de campanha em
vão. Depois que eu estava em campanha eu fui descobrindo que existe o caixa 2 e
faz com que os políticos apliquem na campanha e parte em sua conta pessoal.
Tanto que quase todo político é rico. Aliás, uma coisa que eu falei, eu era a
candidata mais rica para senado, meu patrimônio era maior que os companheiros
que disputaram comigo, que são políticos há muito tempo. De onde vem esse
dinheiro? Vem do caixa 2 das empresas. Como é que pode 300 milhões numa
campanha para a presidente Dilma? Será possível que essa quantia seja retirada
de empresas assim, de uma hora para outra? Isso tinha conivência das
autoridades”, completou Eliana.
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