A MAL CONTADA VENDA DA RÁDIO DIFUSORA

De repente surge em Itabuna o empresário João Lourenço Botti e compra a rádio Difusora Sul da Bahia, que pertencia ao ex-prefeito Fernando Gomes e que já há algum tempo vinha dando sinais de insustentabilidade econômica. O próprio Fernando declarara em diversas entrevistas na própria Difusora, que não sabia o que era um só centavo de lucro da emissora. A surpresa teve origem não apenas na súbita aparição do Botti, mas também no preço superfaturado que pagou. O dobro do valor: a rádio de um milhão e quinhentos mil reais, acabou vendida por três milhões e quinhentos mil reais. Esta prática é comum somente quando envolve compras governamentais. Também existe o complicador do negócio necessitar de aprovação do Ministério das Comunicações. E esta permissão teria que ser definida antes do “martelo batido”! A emissora possui enormes dívidas trabalhistas e sérias pendências na documentação da sua concessão pública. Estes fatos resultaram na rejeição à oferta de venda a que a emissora sempre esteve submetida. Nenhum dos maiores empresários sulbaianos ousaram em adquirir o que Helenilson Chaves identificou como “negócio inviável economicamente”! LARANJA DO CABEÇA DE PITU - Botti é formado em Ciências da Computação pela Ufba, mora em Salvador e nunca teve qualquer ligação com o ramo de comunicação. Mas sempre contou com ligações estreitas ao “carlismo” e relação muito próxima a ACM Neto, cuja casa frequenta há muitos anos. Seu perfil é completamente desassociado ao que se poderia esperar de alguém com interesse e condições para possuir a rádio Difusora. É isto que o coloca numa situação de “laranja” a serviço de interesses escusos e inconfessáveis. A suspeita é que o novo dono “de verdade” da Difusora, seja o deputado federal Geraldo Simões, até pouco tempo atrás, arquiinimigo de Fernando Gomes e que há 25 anos atrás não passava de um repositor de mercadorias na falida rede de supermercado Messias. Os indícios de que Botti seja “laranja” de Geraldo, se consolidaram na presença autoritária do seu primogênito Tiago Feitosa, quando Botti foi apresentado aos servidores da rádio como o seu novo proprietário. E depois quando houve um almoço de confraternização na churrascaria Los Pampas, onde o próprio Geraldo Simões se mostrava como o mais empolgados dos petistas e geraldistas que comemoravam o desfecho do negócio. “NÃO ESTOU COMENDO NADA” - Suspeito que este seja mais um dos muitos casos de laranjas cultivados pelo fazendeiro do dinheiro público de ficha suja. Botti deve ter sido plantado em mais uma safra do competente fruticultor petista, Geraldo Cabeça de Pitu.- Eu sei. Já estamos acostumados. É só mais um caso. Na Bahia da piada pronta, fingir rir é melhor do que fingir chorar.