OS VICIADOS SEMPRE SÃO OS MAIS FRACOS

A onda de insegurança que varre a Bahia e muito especialmente os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, e que infelizmente não é divulgada em sua exata dimensão pela grande mídia hegemônica nacional, não pára de crescer. Ela revela que a crise decorrente do crime está longe de diminuir, cresceu em profundidade e extensão. Uma das suas faces mais explícitas na atualidade é a onda de assassinatos de jovens usuários de drogas, que são vítimas das terríveis cobranças de dívidas com as boca de fumo. Para cada viciado morto, outro ou outros passam a existir em uma insanidade de consumo e aumento da ganância de lucro absolutamente irracional e quase sem nenhum controle e combate. E se o país não conseguir se rebelar dessa crise em um primeiro momento, a decorrência quase que inevitável será a contaminação geral de considerável parte dos nossos jovens, cujo ultima instância será o deslocamento involuntário através de camburão, ou rabecão. Os presos e mortos sempre serão os mais fracos. Ou seja, ao fim prevalecerá um salve-se quem puder. E nesses casos sempre a conta é transferida para os que não conseguirem se livrar desse naufrágio. Essa é a lei implacável do tráfico. Não se deve no atual contexto de insegurança pública, o permanente agravamento dos conflitos armados entre policiais e traficantes, traficantes contra traficantes e aumento das tensões por todos os lados em larga escala, esquecer que a sociedade e as famílias transformam-se em conceitos frágeis como uma porcelana. Nesses momentos é que se conclui que para uma situação crítica como a que vive o usuário de drogas, o jeito é aplicar um remédio amargo para salvar o paciente. Há que se tomar medidas enérgicas em nossa política de combate ao crime das drogas em um mundo que se precipita em uma fase dramática de extrema vulnerabilidade dos nossos jovens.