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25 de fevereiro de 2018

ÁLBUM: O PASSADO 02 - O QUE SE LEVA

Urânia e Wilde marcaram época e fizeram boas histórias
O jornalista grapiúna Luís Wilde foi um amigão. Um moço inteligente, bom caráter, humorado e simpático. Através dele conheci a literatura beat, Décio Pignatari e Haroldo de Campos, Satie e Maria Callas, o jazz de Miles Davis e Chet Baker, o cinema de Jim Jarmusch e Wim Wenders, Hélio Oiticica, a “Ilustrada” da “Folha de S. Paulo” etc. Éramos amigos do peito. Minha foto vivia na coluna dele. Garotinho de província, cheio de sonhos, ao descobri o apartamento do décimo quinto andar do prédio Gemini, encontrei diversão, arte e sensibilidade. Certa vez perguntei o que se leva do mundo. "Do mundo nada se leva", ele respondeu-me, concluindo: “Aproveite a vida enquanto pode”. Luís era homossexual assumido e namorador, apreciava amores passageiros. Houve uma época em que dividimos apartamento por poucos meses. Em 1989 mudei-me para São Paulo. Nunca mais voltamos a nos encontrar. Jovem, ele foi uma das vítimas da AIDS. Sinto orgulho das nossas incríveis, hilárias e noturnas tertúlias... (Foto: A poeta, também falecida, URÂNIA BITTENCOURT, e LUIS WILDE). Por Antonio Nahud.

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