QUEM MELHOR ENSINA, MAIS DEVE SER PRESTIGIADO E ASSIMILADO
Todo bom professor deve merecer distinção e estímulos
Avaliar
certamente tem a ver com aprovar ou não os educandos. Mas esse não deve ser o
único motivo, talvez nem o principal. Tão ou mais importante que medir o quanto
sabem nossos alunos, é tentar obter dados que permitam conferir e repensar
permanentemente as abordagens educacionais adotadas. Se possível, ao se avaliar
possa conhecê-los melhor e, porque os conhecendo e os reconhecendo
individualmente, sejam capazes os professores de traçar percursos de
aprendizagem adequados para eles. Nas abordagens mais comuns, boa parte das
avaliações se dá por meio de questões ou tarefas que pretendem responder se o
aluno sabe ou não sabe. Sendo assim, em geral, importa quase que exclusivamente
se as repostas às questões estão certas ou erradas. Normalmente, as respostas
erradas, além de indesejáveis, são, em geral, inúteis do ponto de vista das
consequências futuras no próprio processo em curso. O fruto da avaliação, nesta
perspectiva mais simplista, não vai além de um atestado que pretende informar se
o estudante domina ou não aquele conteúdo específico. Para os professores mais
comprometidos, as respostas erradas têm a mesma relevância que as certas. Se as
respostas certas atestam algum domínio do conteúdo, as erradas permitem
identificar eventuais lacunas, possíveis conceitos equivocados, ritmos
inadequados de aprendizagem, dificuldades em interpretar texto, falta de foco e
concentração, ausência de atitudes e iniciativas etc. Na verdade, não somente
respostas às questões importam: elas se somam a um conjunto enorme de atos,
comportamentos, velocidades, reações e capacidade de enfrentar desafios, de
forma isolada ou em equipe, que, no global, evidenciam habilidades e
competências muitas vezes difíceis, ou mesmo impossíveis, de serem identificadas
somente via teste padrão. As provas tradicionais somente enxergam, quando bem
feitas, se as informações foram ou não assimiladas. Avaliar não ficou mais
simples; ficou muito mais complexo. É preciso prestigiar o professor que não
somente avalia para aprovar ou reprovar, mas que vai além. Ele o faz para
conhecer melhor os educandos e, ao conhecê-los, pode traçar trajetórias
específicas que reflitam os caminhos mais adequados de um processo de
aprendizagem que demanda ser, cada vez mais, personalizado, ainda que conjugado
com grande escala. Parabéns especiais a esse professor que viabiliza quantidade
e qualidade e que entende que todos aprendem, mas cada qual aprende na sua
maneira única.
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