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Natal Itabuna

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Trief

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20 de julho de 2009

SOMOS MÍOPES DIANTE DO ESPELHO - Não sei se a frase é do sociólogo Selem Rachid Asmar, mas ouvi dele e a considero perfeita. Somos mestres em sentar no rabo para falar do rabo dos outros. Há pesquisas que mostram que nós, brasileiros, somos totalmente míopes frente ao espelho e donos de uma visão rara quando se trata de ver os defeitos dos outros. Somos os guardiões da moral e honestidade dos outros e fazemos vista grossa quando somos nós que protagonizamos o ato falho. Veja o caso do vereador Milton Gramacho. Não há aquele que não julgue o vereador um político comprador de votos. E ele realmente é isso e com certeza mais alguma coisa que não sabemos. Mas quem são as pessoas que acusam Milton Gramacho, ou melhor, quem somos nós que apontamos o dedo para Milton Gramacho? Na Câmara Municipal de Itabuna não há santos até porque o caminho até lá é cheio de tentações e concessões. Ou alguém acredita que comprar votos e usar da influência de vereador é uma prática exclusiva de Milton Gramacho? Esse comportamento faz parte da rotina política brasileira. Com jeitinho, nós brasileiros repetimos Milton Gramacho a todo o momento: corrompendo um guarda de trânsito, usando amizades para garantir promoções, mentindo para chefe, sonegando impostos, furando sinal vermelho, trapaceado nas filas, traindo nossos companheiros. Mas o brasileiro é o outro, no momento, o Milton Gramacho. O corrupto, o desonesto, o comprador de votos. Desconsideradas as conseqüências da incorreção de Gramacho, a diferença entre a compra de voto e a dos outros está na dimensão, não a origem. Afinal, qual de nós, simples plebeus, teria a oportunidade subornar o voto do eleitor sedento por 50 reais? E quant os teriam escrúpulos para não oferecer dinheiro um guarda de trânsito para não ser multado? A origem é a falta de caráter ou o jeitinho brasileiro. O filme Tropa de Elite toca nessa ferida. Mostra a miopia dos usuários de droga frente ao mundo de violência que eles alimentam ao acender o baseado, desnuda a conivência das universidades com essa realidade mascarada que a intelectualidade esquerdista ajudou a construir. O corrupto, o violento, o sonegador, o trapaceador, o esperto, o brasileiro somos nós. Não o outro. E só nos vendo como realmente somos poderemos, um dia, começar a mudar.

2 comentários:

  1. Perfeito este rexto Val Cabral, como sempre você abroda temas interessantíssimos e incentivadores de uma boa leitura. Isto me faz acessar diariamente este seu blog.
    Guilherme Santos

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  2. ESTAMOS ACOSTUMADOS A SOMENTE ENXERGAR O QUE NOS INTERESSA. CADA UM DE NÓS SE HABITUOU A SER MÍOPE E APENAS OS DEFEITOS ALHEIOS SÃO VISTOS. ESTE ARTIGO MERECE UMA REFLEXÃO... LUIZ CLÁUDIO BEZERRA

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